A população mundial está crescendo. Espera-se que em 2050 haja mais de nove bilhões de pessoas no mundo. Desta forma, haverá uma necessidade do crescimento da produção de comida, entre elas, as proteínas de origem animal. A pergunta é: podemos satisfazer esse aumento da demanda com os meios que temos atualmente para produzir proteína de origem animal?

No início da década de 30, Winston Churchill previu que um dia as pessoas "escaparia do absurdo de criar uma galinha inteira para comer o peito ou a asa, produzindo essas partes separadamente". Quase um século depois, essa data parece que está chegando. Uma empresa de alimentos dos estados Unidos (Just, São Francisco) mostrar que é possível provar um nugget de frango produzido a partir das células de uma pena de galinha. Todavia, a galinha continua vivo, embora seu nugget possa ser consumido.

As carnes produzidas a partir de células animais, podem ser chamadas de outras formas: carne artificial, carne sintética, carne cultivada, carne de laboratório ou carne “limpa”. Nesta empresa são necessários dois dias para produzir um nugget de “frango” em pequenos biorreatores. Neste processo, utilizam-se proteínas para estimular o crescimento do produto em meio de cultura. Desta forma, é possível produzir derivados da carne sem sacrificar os animais. Além disso, este produto, embora seja de engenharia genética não é transgênico. Todavia, o nome deste derivado é surrealista. Não é carne, mas é produzido das células reais de carne.

Talvez, alguém encontre um nome melhor como, por exemplo, leite de soja. Na realidade, é um extrato líquido de soja. O resultado ainda não está disponível comercialmente em nenhum lugar do mundo, mas o presidente-executivo da empresa Just, Josh Tetrick, acredita que este produto ou produto semelhante estará no cardápio de alguns restaurantes em questão de meses. Os empresários que trabalham com a produção de "carne celular" afirmam que seria possível evitar o abate de animais e proteger o meio ambiente da degradação da pecuária intensiva. Estes mesmos empresários apresentam argumentos que poderiam convencer a população a consumir estes produtos saídos de laboratórios: evitar o abate de animais, evitar o uso de antibióticos ou moléculas sintéticas para o crescimento animal, reduzir a devastação do meio ambiente, evitar a poluição ambiental, impedir o desflorestamento, produzir proteína animal em quantidade suficiente para nutrir a população crescente, entre outros.

Por outro lado, a produção de proteína animal deve sair dos laboratórios dos países mais avançados do mundo. Assim sendo, pode-se ampliar a desigualdade entre os países pobres e ricos. Para finalizar, esta tecnologia poderá agradar uma parcela da humanidade.

Veja artigo publicado por Vital et al. (2017).

Referências

1 Vital, A. C. P., Kempinski, E. M. B. C., Pinto, L. A. M., Nascimento, K. F., Alexandre, S., & Prado, I. N. (2017). Produção de carne in vitro: nova realidade moderna. PUBVET, 11(9), 840-847. doi: http://dx.doi.org/10.22256/PUBVET.V11N9.840-847

  • Editorial: A produção de carne sem matar animais

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