Resumo
A osteorradionecrose é uma das mais graves complicações da radioterapia, que é utilizada para o tratamento das neoplasias de cabeça e pescoço. Trata-se de uma doença na qual o osso irradiado torna-se desvitalizado e exposto através da perda da integridade da pele e da mucosa, persistindo sem cicatrização. Revisão: A osteorradionecrose da face acomete a mandíbula na grande maioria dos casos, seguida da maxila. Os fatores de risco mais importantes são a dose de radiação utilizada, a presença de doenças periodontais e extrações dentárias. As características clínicas para o diagnóstico incluem dor local, trismo, halitose, exposição óssea, drenagem de secreção e fistulização para pele ou mucosa. Discussão: Os casos mais complexos exigem abordagem cirúrgica, com desbridamento radical dos tecidos ósseos e partes moles desvitalizados, associado à reconstrução. Dentre as opções existentes para reconstrução da mandíbula, as mais utilizadas são os retalhos livres de tecido ósseo, como o retalho de fíbula, de crista ilíaca, de escápula e radial do antebraço. Já para a maxila, os mais usados são os retalhos ântero-lateral da coxa e radial do antebraço. Trata-se de tecidos bem vascularizados, que fornecem preenchimento e cobertura cutânea adequada do defeito remanescente. Considerações finais: A osteorradionecrose necessita de tratamento complexo e multidisciplinar onde o cirurgião possui papel importante para sua prevenção.
Palavras-chave: tratamento de radioterapia, osteorradionecrose, ossos da face.
Autores: Amanda Larissa Coutinho, Bruna Gabrielle Pereira, Gabriella Moreira Franco, Jéssica Rabelo Marques, Marina Iemini, Márcio Américo Dias
Citação: Coutinho, A.L., Pereira, B.G., Franco, G.M., Marques, J.R., Iemini, M., & Dias, M.A. 2021. Osteorradionecrose: como tratar?. Pubsaúde, 7, a242. DOI: https://dx.doi.org/10.31533/pubsaude7.a242
Editor: Pubsaúde.
Recebido: 13 mai. 2021;
Aceito: 31 mai. 2021;
Publicado: 26 set. 2021
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Conflito de interesses: Os autores declaram não haver conflito de interesse.
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Abstract
Osteoradionecrosis is one of the most serious complications of radiotherapy, which is used for the treatment of head and neck neoplasms. It is a disease in which the irradiated bone becomes devitalized and exposed through the loss of skin and mucosa integrity, persisting without scarring. Review: Facial osteoradionecrosis affects the mandible in most cases, followed by the maxilla. The most important risk factors are the radiation dose used, the presence of periodontal diseases and tooth extractions. Clinical features for diagnosis include local pain, trismus, halitosis, bone exposure, secretion drainage, and fistulization to the skin or mucosa. Discussion: The most complex cases require surgical approach, with radical debridement of devitalized bone and soft tissue, associated with reconstruction. Among the existing options for mandible reconstruction, the most used are free flaps of bone tissue, such as the fibula, iliac crest, scapula and radial forearm flaps. As for the maxilla, the most used are the anterolateral thigh and radial forearm flaps. These are well-vascularized tissues, which provide adequate filling and coverage of the remaining defect. Final considerations: Osteoradionecrosis requires a complex and multidisciplinary treatment where the surgeon plays an important role in its prevention.
Keywords: radiotherapy treatment, osteoradionecrosis, facial bones.